A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma condição gastrointestinal amplamente prevalente, caracterizada pela presença de dor associada a alterações intestinais como inchaço, flatulência, náusea e urgência em defecar.
A SII possui semelhante mecanismo à fibromialgia (FM), em que ambas estão associadas à desregulação no eixo cérebro-intestino, resultando em um estado hiperalgésico. A SII e FM prejudicam atividades de vida diária dos pacientes e diminuem a qualidade de vida geral, possuem a predominância no público feminino e outras semelhanças como sintomas de fadiga, insônia, alterações no sono e suscetibilidade a distúrbio psiquiátrico. Em uma extensa revisão científica realizada em 2002 foi investigada a relação conjunta das duas patologias. Foi observado que 32,5% dos pacientes com SII possuem FM e em pacientes com FM há a prevalência de 48% de pacientes com SII.
Estudo publicado em 2017 avaliou pacientes diagnosticados com fibromialgia e síndrome do intestino irritável. O tratamento do estudo foi dietético durante seis meses com o objetivo de melhorar a SII. Ao final do estudo, com a melhora dos sintomas da SII, houve também uma melhora significativa nos questionários de dor e sintomas da fibromialgia, sugerindo dessa forma que ao tratar um paciente com dor é necessário tratar também as suas comorbidades.
Alguns estudos avaliaram o tratamento da SII por meio de uma dieta isenta de glúten, mesmo que os pacientes não tenham diagnóstico de Doença Celíaca, ou seja, esse público pode fazer parte da classificação dos pacientes que são sensíveis ao glúten não celíacos. A sensibilidade ao glúten não celíaca é caracterizada por sintomas que ocorrem após a ingestão de alimentos com glúten e possuem remissão após a retirada desse, com recaída após reintrodução.
